Todos nós sabemos que transmissões ao vivo para a venda de produtos não são uma novidade. Que o diga o Shoptime, presente desde os anos 1990 com as suas ofertas e novidades. Com a digitalização e o crescimento das novas redes sociais, o modelo ganhou uma nova cara, investimento e agora conquista milhões e milhões de pessoas sob o nome live commerce.
Na China, país que lidera o uso dessa estratégia, o Taobao, e-commerce do Alibaba, faturou US$ 15,1 bilhões em vendas com esse formato em 2018. Para 2020, o Escritório Nacional de Internet indica que o live commerce deve movimentar US$ 155 bilhões, ou seja, um crescimento de 138,46% em relação ao ano de 2019. De olho nesse benchmark e diante do fechamento das lojas físicas devido à pandemia de COVID-19, alguns anunciantes brasileiros já começaram a investir na estratégia, gerando novas oportunidades de conexão com o público. Entre as marcas que embarcaram no fenômeno chinês, estão Dengo, Chili Beans, Americanas e Renner.
A pandemia alavancou o e-commerce em todo o mundo. No Brasil, esse setor cresceu 47% no primeiro semestre do ano, registrando a maior alta em 20 anos, de acordo com dados da Nielsen. Outro número representativo desse cenário é o de lojas online ativas no país, 1,3 milhão, segundo a pesquisa Perfil do E-Commerce Brasileiro. Estudos recentes sobre a Black Friday de 2020 revelam que 67% dos consumidores brasileiros descobriram pelo menos uma nova forma de compra online — e que manterão. Ainda, 59% de usuários de redes sociais pretendiam fazer compras na data.
O que tudo isso significa? Simples, o Live Commerce pode ser a tendência da vez e o “futuro próximo” para a publicidade. Utilizar a audiência das lives para vender algum produto ou serviço é uma maneira eficaz de aproveitar o potencial dos influenciadores, que desempenham um papel importante na decisão de compra. Existe uma relação de confiança, estabelecida pelo marketing de influência, entre os influenciadores e consumidores, e que pode ser potencializada a partir dessa nova estratégia.
No país, o formato ainda está engatinhando e só algumas marcas experimentaram o modelo. Enquanto o Live Commerce não avança, há outra ferramenta que desponta no mercado — a Live Sync. A tecnologia ajuda a ativar em tempo real as lives a partir da criação de gatilhos, com palavras-chave, na jornada do consumidor e permite fazer esse call-to-action usando campanhas de marketing nas redes sociais para criar maior impacto. Essa alternativa ainda possibilita a construção de conversas com quem assistiu a Live nessas plataformas, como uma espécie de remarketing.
Essa solução pode impulsionar as ações e, ao mesmo tempo, fornecer dados para que as marcas compreendam as mensagens que promovam uma conexão genuína com o público e, por fim, resultem em conversão. Temos que ser estratégicos para enxergar além do nosso mercado, a fim de captar as tendências das grandes potências econômicas e entender o que funciona, quais resultados podemos obter e como adaptar para a nossa realidade e para o contexto dos consumidores brasileiros.